Região não tem fila para procedimento, além de apresentar crescimento considerável no número de doações de órgãos em 2019

O Cariri se sobressai no número de transplantes de córnea, segundo o Instituto de Olhos de Barbalha (IOB), órgão que regulamenta o procedimento, a região não tem fila de espera. A mesma evolução também pode ser vista no número de doações de órgãos, que só no primeiro semestre registrou o equivalente a 80% das captações do ano anterior.Segundo dados do Hospital Regional do Cariri (HRC), no ano passado foi feita a captação de 30 órgãos, dos quais 21 foram córneas para doação, em 2019 esse subiu para 10 órgãos múltiplos e 31 córneas. Totalizando 41 doações apenas no primeiro semestre.

O Ceará também foi destaque na área, estando no TOP 10 em seis tipos distintos de transplantes, são eles; fígado (2°), pulmão (3°), coração (3°), córnea (4°), rim (7°), pâncreas (7°) e medula óssea (9°). Na média nacional o estado ocupou a 4° posição,sendo o primeiro em transplante de todo o nordeste. Em relação a doação de órgãos o Ceará ocupa a 3° lugar no ranking nacional.Este ano o estado supera a marca de mil transplantes realizados, ao todo são 1.004,desses 585 são relacionados ao tecido ocular. Diante de tantos avanços é importante salientar que cerca de 95% das cirurgias de transplantes são feitas na rede pública de saúde.

A médica oftalmologista que coordena serviço de transplante de córnea no Cariri, Dra. Ana Cláudia Saraíva, do Cevisa, esclarece algumas dúvidas comuns acerca do processo de transplante, realização da cirurgia e acompanhamento pós-cirúrgico.

Como dar início ao processo de transplante? 

Depois da avaliação médica e realização dos exames pré-operatórios solicitados pelo oftalmologista, o paciente é encaminhado ao IOB (Instituto de Olhos de Barbalha) para realizar o cadastro no Sistema Nacional de Transplante. Após esses procedimentos, resta aguardar a ligação da clínica responsável para o agendamento da cirurgia após liberação da córnea doada.

Dra. Ana Cláudia alerta sobre a importância de ficar atento as ligações e manter os números para contato atualizados no cadastro. “As vezes acontece desse paciente que está aguardando o transplante não atender as ligações, isso acaba atrasando a cirurgia”, ela esclarece.

Existe uma idade adequada para se realizar o transplante? 

Não, qualquer pessoa em qualquer idade pode ser indicado para um transplante de córnea.

Onde dar início ao acompanhamento e transplante? 

O primeiro passo deve ser dado pelo oftalmologista, que ao iniciar a avaliação é o responsável por determinar a necessidade do transplante, indicado os exames necessários para o cadastro e acompanhando o paciente desde os primeiros passos até a recuperação.No Cariri o único órgão credenciado com o governo do estado para a realização do transplante é o IOB (Instituto de Olhos de Barbalha), que tanto recebe os casos da região, como também dos estados vizinhos.

Como é recuperação?

A recuperação é longa, o acompanhamento deve ser realizado por no mínimo seis meses com periodicidade determinada pelo médico responsável.